Intenção de consumo dos catarinenses cai no mês de junho

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Após o retrocesso de 1,9% em maio, o índice que mede a Intenção de Consumo das Famílias Catarinenses (ICF) registrou queda de 3,9% no mês de junho. Esta é a segunda maior redução no ano do índice que é divulgado todos os meses pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de SC (Fecomércio) e Confederação Nacional do Comércio.

Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio, avalia que o índice, comprovou o que havia sido verificado em termos macroeconômicos, uma desaceleração do consumo. Mas, apesar da queda, o índice segue elevado, o que indica um cenário bom para o comércio neste curto prazo".

Com exceção do nível de consumo atual, todos os componentes avaliados no levantamento registraram variação negativa no mês de junho. Este cenário acompanha a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE em abril (índice ampliado sem ajustes sazonais), onde o volume de vendas de Santa Catarina expandiu 7,9% frente ao mês anterior, explicando a elevação do índice de consumo atual.

Menor índice do ano

A perspectiva de consumo das famílias registrou em junho o menor índice do ano, porém, mesmo em queda, o índice permanece em patamar satisfatório. De acordo com a Fecomércio, este cenário confirma as expectativas do governo para redução do consumo, obtidas com medidas para evitar a alta da inflação. Para Breithaupt, o que preocupa é a nova escalada dos juros, que pode ocasionar uma desaceleração brusca da atividade econômica.

Classes C e D

Apesar da desaceleração no índice geral, o mesmo apresenta um cenário positivo quanto à propensão de consumo das famílias catarinenses, principalmente no que diz respeito ao consumo de bens duráveis (164,8 pontos), acesso ao crédito (155,2 pontos), renda atual (135,4 pontos) e emprego atual (129,6 pontos).

O consumo de bens mais "sofisticados" eletrodomésticos e eletroeletrônicos teve maior alta (29,9%) se comparada aos outros itens avaliados. Segundo a Fecomércio, o emprego em alta em 2011, ainda que inferior a 2010, explica a elevação, pois o impacto do aumento da renda das famílias das classes C e D colaborou para o aumento.

A pesquisa revelou ainda que tanto as famílias com renda acima de 10 salários mínimos quanto as com renda abaixo de 10 salários mínimos retrocederam suas intenções de consumo em 7,3% e 2,9%, respectivamente, cenário contrário ao mês anterior onde apenas famílias de baixa renda possuíam uma percepção negativa.

A satisfação com o emprego atual recuou 0,5% no mês de junho frente a maio, passando de 130,3 para 129,6 pontos. Quanto à perspectiva profissional, o percentual de famílias que estão pessimistas com o futuro aumentou, contribuindo para mais uma queda no índice que ficou em 92,0 pontos.

Endividamento estável

Também divulgado pela Fecomércio, a Pesquisa de Envididamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) em junho permanece praticamente no mesmo patamar de maio, apenas com leve alta de 90% para 91% no índice. No entanto, apesar de estável, o endividamento em Santa Catarina ainda é muito superior à média nacional, sendo que no Brasil as famílias endividadas representam 64,1% do total.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o resultado é diferente. Houve alta de 70% para os atuais 91%. De acordo com a Fecomércio, este crescimento é resultado da expansão - ainda que menor do que nos anos anteriores - da atividade econômica.

Das famílias catarinenses endividadas, 53,2% consideram-se muito endividadas e 31,2% estão mais ou menos endividadas. Em relação ao período de comprometimento com dívidas, a maioria das famílias tem dívidas de até três meses (50,1%), enquanto que 36,5% estão comprometidas com dívidas de mais de um ano, sendo que o tempo médio de endividamento é de aproximadamente seis meses.

Já a parcela da renda familiar comprometida com as dívidas, indica que 68% das famílias têm de 11 a 50% de seu orçamento comprometido e 28% tem menos de 10% de sua renda comprometida.

Situação perigosa

Os dados mostram que, no geral, a grande maioria das famílias endividadas tem uma situação financeira que pode ser considerada perigosa, porém estável, já que apesar do alto endividamento, a maioria tem dívidas de curto prazo e não estão comprometidas financeiramente com mais do que a metade de sua renda.

O que mais chama a atenção é o salto das unidades familiares muito endividadas do ano passado comparativamente com este ano, passado de 13,4% para 53,2%. Este número, no entanto, está em total sintonia com o maior nível geral de famílias endividadas de 2011.

Quanto à forma de endividamento, seguindo a tendência dos últimos anos, o cartão de crédito continua responsável pela maior parcela das dívidas, neste mês com 45,5%, seguido dos carnês (19,8%), dos financiamentos de carros (18,5%) e dos financiamentos de casas (7,5%).

O total de famílias com dívidas ou contas em atraso apontou redução em junho, passando de 30% para 25%. Esse resultado aproximou o estado da média nacional da inadimplência, que é de 23,3%.

As famílias com renda inferior a 10 salários mínimos apresentaram inadimplência maior do que as famílias com renda superior a 10 SM. Enquanto que 28% das primeiras estão inadimplentes, apenas 13% das famílias com mais de 10 salários mínimos indicam a mesma situação. Ou seja, a maior renda demonstra uma conseqüente capacidade maior de arcar com os compromissos financeiros estabelecidos.

Com relação às condições para pagar as dívidas, 7% responderam que não teriam como pagá-las. Este número é menor do que o do mês passado, que foi de 9%, e se destaca na comparação com junho de 2010, onde o percentual era de 16%.

Publicada em 17/06/2011

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